Dessa vez a culpa foi sua. Sei que não devo culpar ninguém, mas tenha a certeza que foi um grande empurrão pra eu fazer aquilo de novo e não hesitei ao aceitar. Por mais uma vez te pergunto até quanto eu posso confiar, até quanto eu posso acreditar que não está de falsidade comigo e que realmente exista amizade entre nós.
Cade aquela criança amiga e irmã? Cadê a cumplicidade que existia entre nós? Por que tudo parece ter sucumbido assim de repente sem nenhum propósito? There is a heart beating here, where's yours?
....
Quer saber qual foi a sensação desta vez? Vontade de correr até não sentir mais minhas pernas, vontade de sorrir até perder o controle, vontade de ir embora, de fugir, de chorar, de morrer. Sim, morrer... Porque desta vez foi mais intenso, a dosagem se duplicou e eu nem tive tempo de perceber a tragédia que eu tava fazendo na minha vida. Cansei de ser julgada pelos meus erros e não por quem eu realmente sou. Cansei de me importar em fazer os outros felizes. Só não me deixe cansar de você.
Estou atravessando os limites do meu corpo. Totalmente num mundo psicodélico, não sei mais o que meus sentidos querem me dizer. Agora vejo o som, toco odores e sinto vontade de rir. Rir muito bem muito mesmo até chorar sem mais conseguir parar de chorar. E o espaço ao meu redor ao mesmo tempo que é pequeno é enorme, vazio e sinto que vou voar...
As pesoas ao meu redor são tão engraçadas. Tudo está distorcido. Vejo pessoas fazendo sexo na pista de dança, vejo uma mulher voando numa vassoura e o barman que está me servindo tem um olho mágico. Ele tira o skarloff de um tubo esquisito que parece a tenda do biquini lá do Bob Esponja! Seguro o ice tento abrir. Mas não consigo! Essa coisa tem vida e parece que quer me matar! Quando finalmente consigo, sinto a bebida com um gosto estranho algo similar a um vinho tinto do porto com chá inglês acompanhado de um escuretto.
Agora tá tudo cinza... Acho que as coisas estão voltando ao normal. Quanto tempo será que se passou? Parece que não se passou segundo nenhum, que nem um ponteiro ousou se mover. De súbito, sinto-me mergulhada na angústia. Sinto vontade de ir pra casa e não falar mais com ninguém. Sinto vontade de me afastar dos amigos, matar a cadela do vizinho e quebrar o pára-brisas numa única porrada. Sinto pânico. Sinto medo. Sinto-me só.
But I'm clutched onto my shell
Don't let me sleep today for long
‘Cause our day was so wrong
But don't weep, don't weep
It's just a little bit of our creep
But don't weep, don't weep
It's just a little bit of our scream
Our scream
I'll try to keep myself
In the wrong way for you
Won't you love me
And belong to my soul?
But don't weep, don't weep
It's just a little bit of our creep
But don't weep, don't weep
It's just a little bit of our scream
Our scream
"Without you it's waste the time..."
Como é sublime o sono. Dormir deveria ser uma arte. E sonhar, uma realeza. Acordar é a renovação para mais uma jornada e dormir é o mergulho para o mundo paralelo. O mundo dos sonhos onde nada parece ter sentido e do qual se é difícil lembrar.
Mas com certeza em algum momento desse paralelismo nos lembramos de coisas tão boas que tempo nenhum consegue apagar da nossa memória ao passo que vemos coisas tão banais que esquecemos assim que acordamos.
Ah! Como é bom sonhar com pessoas que não vemos há tempos! A saudade, naquele momento, a um súbito cessa e a alegria dá o rumo a esse mundo. E então ao acordamos pegamos o telefone e ligamos para elas, nem que seja apenas para ouvir as suas vozes. Quando sonhamos com um grande amigo, a satisfação é tão grande que logo no encontro seguinte dizemos a ele que esteve em nossos sonhos.
Sonhar é tão bom que quando despertamos dele pedimos a Deus um pouco mais de sono para que o sonho continue a reinar. E quanto aos pesadelos, a sua existência se deve ao colapso da física quântica: todo bem gera um mal, e todo mal gera um bem. Mas se pararmos bem para pensar, os pesadelos só vêm se nós tornarmos nossas vidas perturbadas.
E assim a grande infelicidade humana surge...Deixamos o ser e nos tornamos uma máquina de resolver problemas intermináveis num círculo vicioso que destrói os dois universos da humanidade.
Ah, o livro... Livro horrendo!Livro culpado!Livro cupido! A esse livro minha leitura se dividia entre o prazer de saborear cada palavra sublime e a ânsia de passar logo para próxima página. Ou apenas parar a leitura para minha face descansar sobre as folhas e delas o teu cheiro arrancar...
Lembras-te daqueles tomos que me emprestaste? Foram eles, foram eles. E eu que sempre te via como uma pessoa superior e intocável agora eu vejo como homem. E eu que me via uma modesta garotinha, fito-me no espelho e o que vejo é uma mulher.
Mas o livro... O livro... Perturbou-me profundamente. Não sabia eu se te cheirava ou se lia, ou se entendia, ou se me desfrutava dos encantos de Drummond... Mas nem Drummond conseguiu despregar-me do teu perfume. E o que era livro virou travesseiro. E do travesseiro a lembrança e da lembrança a paixão. E da paixão as dúvidas: Tu ou o perfume? O perfume ou tua lembrança nele? Ou seria apenas o gozo de reconhecer que é teu perfume que penetra nas minhas narinas por todas essas noites de silenciosa literatura?
E o livro, e o perfume, e o silêncio. A trinca perfeita do Poker literário, o xeque-mate do meu xadrez, a tua conquista do meu mundo. E tudo por causa de um livro... Foi ele, foi ele...
Alguns o odeiam. Milhões o amam. O que o cantor
inglês Chris Martin, líder do fenômeno Coldplay, pensa
da crítica, da fama – e até do comércio entre as nações
Sérgio Martins, de San Jose
Chris Pizzello/AP
NOS PASSOS DE WOODY ALLEN?
Martin na turnê Viva la Vida: ele diz que aprendeu a rir de si próprio com o cineasta americano
Na semana passada, o roqueiro inglês Chris Martin cumpriu mais uma etapa da turnê de lançamento do novo álbum de sua banda, o Coldplay. Ao fim da passagem de som para a apresentação no HP Pavillion, na cidade americana de San Jose, na Califórnia, Martin concedeu uma entrevista exclusiva a VEJA. Com o mesmo fardão militar estilizado que enverga nas apresentações, ele se sentou no chão e abraçou as pernas. Uma pose que resume bem o personagem: Martin, de 31 anos, é um tímido que pratica o vegetarianismo e se engaja em causas como a da organização Fairtrade, que defende benefícios aos países pobres no comércio mundial. O mesmo Martin é líder da maior banda de rock da atualidade. Os três primeiros discos do Coldplay venderam mais de 30 milhões de cópias. Viva la Vida or Death and All His Friends amplia esse número já vistoso. Lançado no início do mês, está em primeiro lugar nas paradas de 36 países. Só nos Estados Unidos foram 700 000 cópias comercializadas na semana de lançamento (no Brasil, as vendas de 34 000 unidades já representam um disco de ouro). Na apresentação em San Jose, poucas horas depois da entrevista, o Coldplay mostrou por que galvaniza uma massa de ouvintes que vai dos adolescentes aos quarentões. A banda executou com brilho as canções do novo CD (produzido por Brian Eno, o homem por trás de alguns dos maiores sucessos dos irlandeses do U2, Viva la Vida traz um Coldplay que flerta com ritmos indianos e africanos). E Martin mostrou seu carisma: durante uma hora e meia, hipnotizou 15 000 pessoas com seu gestual desengonçado, suas brincadeiras e seu jeito peculiar de socar as teclas de seus pianos. Ele ironizou ainda a legião de pessoas que odeiam sua banda. "Gostaria que todos os críticos que falam mal de nós estivessem aqui vendo vocês cantarem essa música comigo", discursou antes de interpretar o sucesso Yellow (que, recentemente, virou caso de polícia em Seattle, nos Estados Unidos: farta de ouvir a música, a freqüentadora de um karaokê partiu para cima de um incauto que a interpretava). Martin só perde o jeitão tranqüilo quando tem a intimidade de sua família invadida pelos paparazzi – ele é casado com a atriz americana Gwyneth Paltrow, com quem tem os filhos Apple e Moses, de 4 e 2 anos. O cantor falou sobre o assunto na conversa com VEJA – e anunciou que o Coldplay deverá se apresentar no Brasil em março de 2009.
Viva la Vida estreou em primeiro lugar em 36 países. O Coldplay é a maior banda de rock da atualidade? Sim, somos os maiores do rock atual – mas num sentido bem limitado. Só porque o U2 e o Green Day não lançaram discos neste ano. É como vencer um torneio de golfe de que (o golfista americano) Tiger Woods não participou. Diria que estamos entre as dez melhores bandas. Mas você sabe que não ouço os discos do Coldplay? Eles me fazem ter pesadelos.
Por quê? São discos ruins? Trabalho duro em cada disco que faço. Mas, quando os escuto, sempre penso que poderia ter feito melhor. No fundo, isso não é defeito – é a busca pela perfeição. Um dia prometo que vou escutar os discos do Coldplay. Quando estiver com 90 anos e não tiver nada melhor para fazer, quem sabe.
O Coldplay desperta reações extremas. Muitos os endeusam, outros os odeiam. Como encara isso? Eu me assusto com o ódio. Sempre acreditei que formamos uma banda autêntica, pela química que há entre os integrantes. Somos quatro almas que se completam e temos um trabalho em que botamos fé. Não entendo a causa de tanta animosidade.
As críticas o ferem? Procuro simplesmente não lê-las. Só presto atenção quando alguém me alerta sobre uma observação pertinente. Nas críticas aos shows da nova turnê, jornalistas apontaram alguns exageros no palco, o que nos levou a mudar nossa atuação. Agora, se as pessoas odeiam a banda por nada, paciência. Tem gente que precisa destilar seu ódio. Se me escolhem como saco de pancadas, que assim seja.
Você colabora com a organização Fairtrade, que prega a derrubada das barreiras comerciais entre países ricos e pobres. Como se envolve no projeto? Já tive participação mais ativa. Deixei a Fairtrade de lado para me dedicar ao novo disco do Coldplay. Ou seja, hoje sou só um entusiasta silencioso da organização. Continuo acreditando que esse projeto pode reduzir a miséria em vários países, inclusive no Brasil.
Não é contraditório seu apoio ao democrata Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos? Ele defende políticas protecionistas para certos setores da economia americana, o que vai de encontro às teses da Fairtrade. Apóio Obama porque sou inteligente. Na última frase de sua autobiografia, ele escreve: "Meu coração está cheio de amor pelo meu país". Isso soa nacionalista demais – mas Obama está tentando ser eleito presidente de um país cujo nacionalismo é exacerbado. Ao ler o restante do livro, nota-se que ele tem uma visão de mundo mais aberta que a do republicano John McCain. Por mais que se diga protecionista, vai pensar nos outros países. Podem me acusar de ingenuidade, mas acredito que os políticos de hoje são melhores que os de ontem. E serão cada vez melhores.
Quando você descobriu que queria ser músico? Sou da cidade de Devon, no sul da Inglaterra. Talvez o leite daquela região tenha algo especial, pois produziu outros artistas interessantes, como Joss Stone. Minha descoberta musical se deu na escola. Ela era bem tradicional em relação à música, no máximo abria espaço para corais e pequenas orquestras – que têm seu valor, mas podem ser aborrecidos para um adolescente. Certo dia, um novo professor apareceu com vários teclados. Eles estavam um tanto gastos, mas ainda funcionavam. Foram uma revelação para mim. Comecei a cantar bem mais tarde. Estava na Tunísia com um amigo e havia um bar na cidade que promovia concursos de karaokê. O vencedor ganhava uma garrafa de uísque. Ganhei várias. E nem bebia na época…
Canções como Clocks denotam certa influência da música clássica. Você aprecia o gênero? Como todo pianista, adoro ouvir Chopin. Mas ainda não consegui tocar nada dele, porque é rápido demais. Também gosto de Beethoven. Aliás, li recentemente que Because, dos Beatles, é a sonata Moonlight tocada ao contrário. Estou doido para checar se é verdade.
Val Malone/Wireimage/Getty Images
DUETO Martin com a mulher, a atriz Gwyneth Paltrow: um casal na mira dos paparazzi
O assédio aos popstars pode ser brutal. O que você faz para se livrar dos fãs indesejados? Não faço nada, pois raramente sou reconhecido nas ruas. Muitos que vêm falar comigo acham que sou James Blunt, que fez um sucesso enorme com a canção You’re Beautiful.
Não dá para negar que você é perseguido pelos paparazzi... Acho "perseguido" uma expressão forte demais. O máximo de chateação é não poder fazer compras com minha mulher (a atriz Gwyneth Paltrow), que também é famosa. Nem eu nem ela encorajamos esse tipo de assédio. Mas não é o fim do mundo. Se for o preço a pagar para dar uma vida confortável à minha família, tudo bem. Outras pessoas sofrem mais com isso.
Como suas colegas de profissão Britney Spears e Amy Winehouse? Se existe uma pessoa cuja vida foi arruinada por essa gente é Britney. Eu me considero um sujeito de sorte porque pertenço a uma banda e sou homem (eles costumam perseguir mais as mulheres). Britney tem de lidar com esses pilantras diariamente. O caso de Amy também é triste. Jonny, nosso guitarrista, é vizinho dela e todos os dias depara com um batalhão de paparazzi. Amy é um anjo. Odeio saber que causam mal a ela.
Por que você costuma falar de si próprio com humor depreciativo? Porque sou honesto. E também há um quê de Woody Allen nisso: ele é meu cineasta predileto e está sempre fazendo piadas sobre si mesmo. Muitas letras do Coldplay são inspiradas pelas visões de Woody sobre sexo, vida e amizade. Só uma piada do filme Noivo Neurótico, Noiva Nervosa já renderia um disco inteiro do Coldplay. Duas senhoras estão num restaurante e uma delas diz: "A comida aqui é horrível". A outra responde: "Horrível e vem em pequenas porções". Com isso, Woody quis dizer que a vida é dolorosa – e também que passa rápido demais.
Você é inseguro? Quando estou com a banda, nunca. Quando estou sozinho, eu me questiono continuamente. Para ser sincero, acho que a única pessoa no mundo que não é insegura é (o presidente americano) George W. Bush. Ele é tão maluco que não tem tempo para isso.
Quando uma pessoa muito querida completa sessenta anos, sempre interpretamos como uma vitória. É a heroína que superou as manhas da infância, a rebeldia da adolescência e a soberba da fase adulta. Mas depois paramos para pensar que esta pessoa está mais perto do adeus.
Começamos a nos arrepender. Arrependemos de todas as coisas que devíamos ter feito juntos e não fizemos. Das coisas que fizemos e não devíamos ter feito, de um abraço não dado, de um parabéns não conquistado, de uma ligação inoportuna, de um erro não perdoado, de uma discussão boba, de uma palavra errada, de uma teimosia ou ingênua concordância. De um almoço não dado, um jantar conturbado, de não saber como dizer eu te amo.
E o pior de tudo é que, mesmo após tanto tempo de convivência, não sabemos nem por onde começar a aproveitar o pouco tempo que ainda nos resta. Uma mudança repentina de comportamento poderia ser vista como interesse na herança ou algo do tipo. A gente pode perceber pela malícia nos olhos das pessoas ou nos cochichos indiscretos. Depois bate uma angústia no peito como um redemoinho que te suga até o centro da alma, uma tristeza sem palavras e sem ação. Apelamos a Deus para que Ele nos dê os seus braços que nos acolhem à sombra de um solitário quarto inundado de lágrimas.
Então a pessoa parte para aquele lugar que ninguém pode trazê-la de volta. E procuramos as boas lembranças para nos confortar sem encontrar muita coisa. Um sorriso ou outro talvez. E nunca conseguimos superar a dor, pois sempre que nos lembramos da pessoa querida, sentiremos remorso pelos nossos arrependimentos. E nunca encontraremos ninguém para substituí-la.
Se prevenir é melhor do que remediar, não posso dizer. Mas tenho a certeza de que aproveitar a vida e sonhar é melhor do que não acreditar nela e deixar tudo o que vale a pena se entregar passar despercebido. Oportunidades são poucas. Não esperemos pela mais fácil, mas pela qual nos sentimos mais leves e felizes. Não queira provar do amargo gosto da covardia
Estava preparando-me para dormir quando pendurou-se-me uma idéia no trapézio de meu cérebro, começou a dar cambalhotas e despertou esta louca vontade de escrever. Escrever com ousadia. Pois na forma mais sensata de mundo, o verbo que jamais se deveria conjugar no imperativo é o verbo amar. Aprendi com o velho Brás que o amor da glória era coisa mais verdadeiramente humana que há no homem, a sua mais genuína perfeição.
Mas ame mesmo, ame muito, ame sem medo e sem vergonha! Quem disse que existe amor proibido? Amem-se o médico e paciente, o patrão e empregada, o professor e a aluna. Amem-se os heteros, homos e bi. Com bis. Amem-se o velho e o moço, o Pierrot e a colombina, a bela e a fera, o King Kong. Amem-se a rica e o pobre, a negra e o branco, América e Europa, Iraque e Estados Unidos, Brasil e Argentina. Marília e Dirceu, Brás e Virgília, Miranda e Estela. Amem-se Bentinho, Escobar e Capitu. Amem-se Maria Paula, Ferraço, Juvenaldo ou Adalberto, Marcelo e Gyselle Pelé e Maradona, Romário e Edmundo. Amem-se Piauí Pop e micarina, Record e Globo, Pepsi e Coca-cola, Adidas, Bandidas e Nike . Ame seus amigos e até os inimigos. Ame seu país, seus pais e filhos. Ame Deus, Jesus e Maria. Ame-se.
Pois o amor não tem idade nem profissão. Não tem lugar nem hora. Não é concreto e nem abstrato. Não é vidro, plástico ou papel. Não é ruim, nem péssimo, nem horrível. Não é mais ou menos. O amor é sublime, é lindo, é fervoroso, é esplêndido, é cordial, é louvável, é inquestionável, é de graça e transferível, é insano e saudável, é claro e enigmático, é doce, encantador e nos deixa com cara de bobos.
Mas amar é diferente. Amar é tudo isso elevado ao infinito. De que se vale o amor se não nos valermos a amar? Ame. Ame mesmo. Ame muito, agora e sempre!
Aqueles grandes olhos negros, escondidos por óculos fundo-de-garrafa, brilhavam sempre que se deparavam diante de uma boa leitura. Liam e reliam centenas de vezes tudo o que julgava interessante e sempre guardava as preciosas informações para aplicá-las na vida.
Leituras que gerariam uma infinidade de conseqüências no futuro daqueles olhos. Chegaram até a serem expulsos de casa por entrarem em contradição com o pai. Eram desprovidos de amigos. Perambulavam sempre solitários como quem procura loucamente por um refúgio. Na faculdade, freqüentemente conversavam com seus professores. Política, economia, polêmicas... E os mestres se mantinham estáticos, calados, impressionados com o alto grau crítico que aqueles olhos dispunham.
Logo antes do término do ensino superior, conseguiram um bom emprego. O chefe os admirara até o dia em que estes grandes olhos negros, e somente eles, de uma firma de mais de mil funcionários, foram reivindicar os seus direitos trabalhistas, desconhecidos por muitos, até mesmo pelo chefe. Resultado: demissão.
Trancados em um apartamento, à luz turva de uma vela, começaram a escrever livros. Ou eles se manifestavam ou se tornariam submissos. Preferiram a primeira opção. Publicaram de críticas a romances e poesias. Em suas resenhas era típico o semblante de indignação das pessoas que liam. Não usavam apenas palavras bonitas ou citações de filósofos famosos, mas articulavam com fatos, dados reais e indeléveis de uma sociedade. Nem mesmo a revista mais renomada no país escapou aos olhos afiados. Enfrentavam poderosos, apoiavam os fracos e superavam derrotas.
Levava uma vida a estilo Olga Bernardes: perseguição, prisão, exílio. Em uma noite de lua cheia, ouvira um barulho. Pareciam fogos de artifício, mas não era. Sentira a cabeça esquentar. A noite já não era mais clara, as nuvens fecharam a lua e tudo penumbrou. As linhas retas dos paralelepípedos transformaram-se em grandes curvas sinuosas. Ouvia zumbido, sons que não sabiam de onde vinham. Levou as mãos à cabeça. Sentiu algo úmido. Pólvora, sangue... Morte.
E este é o preço que se paga por saber demais. E aqueles grandes olhos negros só queriam justiça. Só queriam ser cidadãos.
A origem da palavra camelô
A origem da palavra é o árabe khamlat , nome que se dava aos tecidos rústicos comercializados em feiras livres e apregoados aos berros pelos vendedores, os camelôs de séculos atrás. Foi quando se popularizou, na França, o verbo cameloter, vender quinquilharias, coisas de pouco valor, na palavra eloqüente e vibrante do camelô, aquele que escolhe lugar movimentado em via pública - de preferência, com intenso passa-passa - para anunciar suas mercadorias. É o vendedor ambulante que apregoa bungigangas a platéias bestificadas. Com seu poder de convencimento, muitas vezes esses verdadeiros artistas, vitoriosos no ofício, enricam e viram donos de impérios. Que o diga o magnata Sílvio Santos - que, entretanto, jamais se esqueceu do apinhado Largo da Carioca. Foi lá que começou sua fulgurante carreira.
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
"Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."
O projeto de lei nº. 3.627, apresentado ao congresso nacional pelo MEC no dia 20 de maio de 2004, foi elaborado a partir de sugestões da sociedade aos parlamentares da Comissão de Educação e Cultura.
Esse projeto de cotas universitárias, que assegura a reserva de 50 % das vagas nos cursos superiores e beneficia somente afrodescendentes, indígenas e alunos de rede pública é uma ofensa. Se o presidente Lula der ao projeto de reforma universitária o mesmo destino que deu ao texto original da Acinav, a lata de lixo, fará um favor a seu governo e um bem ao país.
O documento tem 35 páginas, 100 artigos e nenhuma luz. A peça constituiu o mais frontal ataque à sociedade aberta já apresentada pelo governo brasileiro. Esse documento combina agressões ao bom senso, ao método acadêmico, à economia de mercado e à ordem jurídica, com um desprezo solene pela busca do conhecimento.
A proposta universitária acaba com a mais sagrada das conquistas acadêmicas: a meritocracia. A reforma é mais assustadora pelo delírio, pela intenção de elevar as massas ao estágio superior do pensamento apenas pela boa vontade, como em um passe de mágica.
Como podem as mentes esquerdistas petistas discriminar a capacidade intelectual de uma pessoa pela cor da pele, tipo de cabelo ou cor dos olhos? O problema racial não existe no ingresso às universidades públicas, mas quando se chega ao término do curso e se parte em direção de um emprego.
É exatamente neste momento que as pessoas são distinguidas de uma maneira tão sarcástica que não se leva em conta o seu diploma. Foi o que aconteceu na UFPR. A Justiça do Paraná determinou o fim da reserva de 20% das vagas para candidatos afrodescendentes, bem como os 20% de candidatos provenientes de escolas públicas. Boa parte dos negros desse estado conseguiu ingressar na universidade, mas pouco deles conseguiram empregos dignos de sua formação acadêmica.
O Brasil tem um sério problema, complexo e verdadeiro, no campo do ensino superior. Em proporção à população, é um dos países emergentes com o menor número de pessoas cursando o terceiro grau. E a reforma nada faz para minorar esse problema. Ao contrário, em nome de combater questões que só existem nas mentes dos esquerdistas dos autores do projeto, a reforma, se vier a ser implantada, vai restringir ainda mais o acesso de brasileiros às universidades. Reservar vagas, seja a quem for, vai contribuir para a queda de nível de ensino superior. Na USP, por exemplo, três em cada dez candidatos com notas suficientes para passar no vestibular seriam reprovados e, em seu lugar, alunos com médias 60% piores teriam direto à vaga.
O sistema de cotas já está mais que provado de que não é uma solução de educação e nem de inclusão social. O que se tem de fazer em relação aos problemas com os índices de não-aprovação de alunos de escolas públicas é reformar o ensino de base. Investir no ensino fundamental e médio e criar cursos de pré-vestibular gratuito. Quanto aos problemas raciais, as pessoas devem pelo menos tentar acabá-los educando seus filhos e a si mesmo.
A verdade, no entanto, é que associar incapazes, criminosos e mal-caráteres a negros é um dos defeitos de nossa cognição rápida. O Teste de Associação Implícita, criado por psicólogo de Harvard, mostrou que somos propensos a associar idéias positivas a homens brancos, familiares a mulheres e negativas a negros. Mais de quinhentas mil pessoas foram testadas e 80% delas associam brancos a qualidades positivas. A explicação disso é que estereótipos raciais e sexistas dominam o banco de dados que abastecem a nossa cognição rápida. Pois graças aos preconceitos formados desde a infância e absorvidos pela mente durante a vida, nós formamos padrões de julgamentos prontos para ser executados num piscar de olhos. Mas, apesar de levar tempo, é possível mudar os paradigmas com os quais o nosso cérebro trabalha, porque tudo isso vem de uma questão histórica, no século das Grandes Navegações, quando o homem branco começa a querer brincar de Deus e determina pessoas em puras ou não, dentre as quais ele decide apontar o negro como impuro. E se fosse o contrário?
Basta entrar no youtube e ver as crianças praticando a famosa "dança do créu" ou cantando "chupa que é de uva..." . São apenas crianças covardemente influenciadas pela mídia. E não pára por aí. A vulgaridade não se exprime apenas em músicas, mas também em programas de TV, principalmente neles. A erotização da sociedade provocada pela TV chegou até o ponto de haver desenhos animados pornôs e até revistas em quadrinhos.
É natural do âmbito infantil tentar imitar as ações dos adultos, pois são com eles que se aprende como se comportar, pensar e agir.É a concepção básica da famosa frase "Ninguém é uma ilha", e a criança ainda não tem a capacidade de discernimento entre o certo e o errado e são incapazes de cometer discrepância aos adultos.
São essas peculiaridades da mídia uma das grandes responsáveis pela gravidez precoce. O estímulo a atos sexuais passam a ser exigências e os jovens parecem ser forçado a fazer sexo, tendo seus hormônios ativados pela programação da TV. A contabilização do Ministério da Saúde informou que a maioria de internação de jovens pelo SUS, entre 10 e 14 anos, é causada por partos ou abortos mal feitos. Números do Serviço de Atendimento a Adolescentes da PMSP mostraram que 50% das adolescentes engravidam nos primeiros seis meses de vida sexual ativa, 20% apenas no primeiro mês. Outra pesquisa feita em São Paulo mostrou que 90% das jovens conheciam os métodos contraceptivos, embora apenas 26,6% tenham usado-os em sua primeira relação.
A grande questão é: Por que, diante de tanta informação, as meninas não se utilizam desses métodos? E a grande resposta está na mídia. Uma certa emissora de TV exibiu uma entrevista a uma famosa ex-garota de programa. Esta afirmava que sexo seguro é importante mas sem camisinha é mais gostoso (sic). Tenho a certeza de que outros jovem assistiram à entrevista e que levariam essa informação para sua próxima relação sexual.
A posição completamente deplorável da emissora de TV deixa claro a competição por índices de audiência e patrocínio, sem o cumprimento da lei existente na constituição; e a falta de bom senso e compromisso com o bem estar psicológico das crianças e do adolescente.
Os jurados são escolhidos pelo juiz do caso. Eles podem ser qualquer pessoa, desde que tenham boa índole e mais de vinte e um anos.Nem precisam de conhecimento jurídico. O júri é feito de pessoas comuns, como você e eu, e os advogados precisam convencê-los. Daí começa a grande controvérsia: julga-se mais por razões emocionais do que pela razão. O que era para ser democrático, torna-se completamente pessoal e mutável. É preciso ter equilíbrio emocional diante o tribunal do júri, pois a falta do domínio de si mesmo acarreta em decisões não raramente abomináveis, lamúrias, influenciadas muitas vezes por um bom orador.
Você sabe quanto recebe um júri por participar de um processo? Imagine se o processo envolver grandes poderosos, empresas multinacionais e pessoas de alto poder econômico? O destino de uma pessoa e de uma concepção da sociedade torna-se totalmente vulnerável à compra do voto. E ainda existem os juízes corruptos, que apesar de serem poucos, trazem muitas conseqüências tanto para a vítima, quanto para o réu.
Muitas dessas pessoas imaturas que compõe o júri são semi-analfabetas, que se iludem com palavras bonitas ou pelo desempenho de um advogado. Sinótico, J.B de Azevedo, do MPU de São Paulo afirma " O tribunal decide mal, os seus integrantes não estão preparados para exercer uma função altamente complexa, para qual há necessidade de cultura jurídica e especialização". Estes cidadãos que parecem brincar de justiça cometem, por ignorância ou por pressões de poderosos, erros seriíssimos em nome da "Soberania do veredicto popular".
E não podemos esquecer que tal soberania condenou o mais bondoso e fiel ser que se materializou na forma humana: Jesus Cristo. Isso confirma que desde as civilizações mais antiquadas até os dias atuais, a justiça dos humanos prefere punir o crime a punir o réu. Precoce e inexorável.
Ora, depende de que mulher tu falas... Se forem as machadianas, essas parecem ser as pioneiras da dissimulação feminina... Mas vamos analisar os fatos mais concretamente.
Durante décadas a mulher vem lutando por sua independência masculina. Nos tempos de Freud, as mulheres eram frustradas por não apreciarem o prazer da sexualidade devido as opressões da época. Por muitas décadas, com exceção de Carlota Joaquina, as mulheres engoliram amargamente, sem menor poder de defesa, as traições do homem. Agora, que finalmente conseguiram esta liberdade e expirar o preconceito, nada mais natural as mulheres criarem uma barreira afectiva, preservando suas conquistas, mesmo que inconscientemente.
Daí nasce a dissimulação. A mulher deseja mostrar para o homem que ele não é a razão de seu viver e que ela é forte o bastante para seguir adiante em outro relacionamento sem levar saudades de relacionamentos passados. Por isso elas se tornam provocativas, não mais mulheres, mas sim fêmeas, com extinto de bicho para atrair o sexo oposto e mostrar para seu companheiro que são desejadas por outros e que dominam a situação. Além disso, a dissimulação e a provocação são artimanhas que a mulher usa para intrigar o homem e torná-los vulneráveis, pois com isso ela consolida a tão sonhada e batalhada autonomia feminina.
Entretanto, homens, não se preocupem com a dissimulação feminina. Por trás de uma rígida e poderosa, existe uma mulher que está buscando atenção, afecto e compreensão de seu amado. A insegurança torna incoerente as ações femininas. Parece que nós, mulheres, vivemos numa instabilidade psicológica na qual conflitamos amor com orgulho.
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Quanto à afirmação da professora de que a mulher entrega-se muito menos aos relacionamentos amorosos em relação aos homens, não vejo por que tanta convicção em tal afirmação. 90% da clientela de psicólogas são mulheres, dado explicitante de que o fracasso afectivo é solucionado pelo âmbito feminino e são elas as reconciliadoras de um relacionamento, são elas que buscam soluções para estabilizar a situação do casal.
Continuará...
Direitos Humanos: A justiça brasileira tarda e depois falha
Em 2003, o Conselho Federal da OAB divulgou os resultados de uma pesquisa nacional de opinião pública sobre a Advocacia e o Judiciário os quais eram alarmantes: eis aqui alguns deles:
- Há 84% de razões negativas a respeito do Poder Judiciário contra apenas 22% de razões positivas. A principal razão negativa é “Por haver muitos juizes envolvidos em escândalos/ lavagem de dinheiro/ corrupção/tráfego de drogas” com 35%. O sentimento de que “não cumprem as leis e fazem a justiça privilegiando os ricos” com 27% é a segunda razão mais citada.
- Há 78% de razões negativas a respeito do Ministério Público contra apenas 29% de razões positivas. Destacam-se duas de caráter negativo: "por existir muita corrupção/ venda de sentenças e desvio de dinheiro" com 29%; e "porque atendem e privilegiam quem tem dinheiro, e quem pode pagar são os ricos" com 9%.
- Há 78% de razões negativas a respeito da Advocacia contra 41% de positivas. Entre as negativas destacam-se duas: "por ter alguns que são corruptos, desonestos" com 29%; e "porque alguns só pensam em dinheiro, só visam o lucro e estão a favor de quem paga mais" com 35%.
- Para 92% dos entrevistados, fatos como o escândalo no TRT Paulista (juiz Nicolau dos Santos), Banestado, denúncias de venda de sentenças e assédio sexual praticado por juízes, afetam bastante a credibilidade da Justiça.
- Há 74% que concordam que, no Brasil, a prisão só existe para pobres, pretos e prostitutas. São os três P’s da linguagem popular. Para 80% dos entrevistados, os ricos estão livres da prisão.