domingo, abril 26 0 FAÇA UM COMENTÁRIO

Somos quem podemos crer...

- Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão,
-então me entristeci e quis deixar de ser criança,
-quis deixar de acreditar nas estórias que mamãe me contava.
- Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção,
-então dei um passo à frente do vento,
-para deixar a liberdade me guiar...
- E então tudo ficou tão claro,
-tão claro que minha pupila dilatou
-tanto até que me perdi na escuridão...
sexta-feira, abril 17 3 FAÇA UM COMENTÁRIO

Quebrando Regras


Às vezes, submetemo-nos a criar regras para nós mesmos a fim de evitar sofrimento. Mas terminamos por sofrer em ter de cumpri-las e a nos arrepender por deixar os desejos de lado.

Isso se chama medo. Medo de perder e não saber se recuperar. Medo de não conseguir superar, medo de não arriscar, medo de ser ousado, medo de viver. Daí começa o tédio acompanhado de sua inseparável parceira: a monotonia. E o medo de sair da monotonia bloqueia a vontade e pensamos que não nos resta mais nada.

Isso se chama fraqueza. Fraqueza diante de um desafio, diante de um desejo, de um amigo, de uma paixão, de uma aventura. Diante do amor e do ódio. E assim passamos horas de insônia pensando como seria se a regra tivesse uma exceção, sonhando acordado com o dia em que nada mais impedir a felicidade de se manifestar.

Isso se chama covardia. Covardia de não tomar decisões, de deixar o tempo nos comandar, de não conseguir desafiar o ego. De se deixar ter medo, de se deixar ser fraco. Aonde vamos parar? A graça do viver é o incerto. O incerto é a beleza do ser. Assumir o que se quer é a realidade do nosso interior, é a satisfação da vontade, é o ser feliz e, portanto, completo.

E por isto as regras foram feitas: para nos dar realização e prazer em quebrá-las, para nos sentirmos fortes e donos de si. Afinal, somos donos do nosso nariz e regras se resumem em solidão.
quarta-feira, abril 15 2 FAÇA UM COMENTÁRIO

Prove


Não sabe o que é? Pergunte. Gostou? Pesquise. Curioso? Prove. Isso se chama saborear a vida e vencer o medo. Todo amargo tem um doce no final, por isso vamos fundo até o fim raiar.

Degustar, curtir o momento sem precisar se lembrar. Mastigar cada segundo do amor, do ódio, do vento, do frio, do sol,da chuva, da cachoeira, da cerveja, da praia sem ter que os engolir, pois acabaria o encanto e acenderia monotonia. Joguemo-nas fora! Basta! Vamos brincar de ser feliz.

O gosto da felicidade não é inatingível. Indescritível, apenas. Não é fase e nem estado. É filosofia de vida. Apenas prove. Prove desafios, loucuras, ilusões, aventuras... Não nascemos seres racionais à toa. Dentro de cada ser humano existe o propósito da sobrevivência que não se limita nem se extingue, mas provoca!

Pois são os sabores que denotam o ser. Sabor do desejo, da culpa, do arrependimento, do amor, da hesitação, da saudade... são esses os que fazem o coração palpitar forte mantendo-nos vivos. Somos propriedades organolépticas, somos nada sem sentir. Não quero ser alguém que flutua rumo a velhice sem ter história (com h mesmo!) para contar aos netos, por mais bizarras que sejam.

Não morrerei esperando a morte chegar no leito de um hospital. Morrerei degustando da vida para eternamente me lembrar durante a morte, guardando os sabores para então reviver, sem sair do descanso do paraíso. Mas por que as pessoas insistem em dizer "descansou"? A vida não cansa. Deixa-nos fortes.


 
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