segunda-feira, junho 15

Dezessete anos


Sábado, acordei com o Sol a me abraçar dizendo “Feliz Aniversário”. 17 anos. Agora vejo o quanto mudei no físico, no psíquico, no espírito e na ânsia. Eu costumava temer o mundo, criar realidades, chorar de emoção, ter dó, correr do perigo, preocupar com coisas pequenas, ter bons modos, bom gosto. Eu costumava ter fé e acreditar em deus. Religião é crença, não é saber.

Mas estes meus dezessete anos me viraram do avesso. Mostraram-me um mundo além da luz e das sombras, encheram-me de vícios e virtudes, habilidades e coragem. Criei hábitos que até então repudiava, criei minha própria moda, construí pensamentos próprios e sustento-os com alento. Aprendi a silenciar um amor e a guardar outros. Revoguei minhas jurisdições, aplaudi rebeldias, parei de planejar e comecei a aventura.

Sinto um alívio em meio de tantas pressões. Sinto o cheiro do mar a 450 km de distância. Sinto o cheiro do mato e escuto o chiar das cachoeiras. Não me arrependo das mudanças. Não tenho remorso em pensar se o que estou fazendo é certo ou errado, apenas tento me confortar, tento sair do corpo, perder o freio, curtir o último ano de minha adolescência. Apenas desafio os diversos sabores, para quando adulta tiver maturidade proveniente tanto das ideias como das experiências até poder lançar a voz e argumentar. Maturidade que meus dezessete anos não me deixaram perder a cabeça, não deixaram me perder com as indagações de Bacon e Descartes que desafortunadamente procuravam uma só verdade e como o erro é possível.

Evoluí aos moldes do séc. XXI. E continuarei evoluindo até estar no erro ou na verdade, dependerá de mim mesmo, da minha consciência, e, por isso preciso saber se posso ou não conhecer a verdade que me acabará com a evolução.

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Helena de Oliveira disse...

Que bonita! Escrita e menina. É por aí: Agora é hora de escrever e aperfeiçoar! Muito bacana.

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